21.4.11

Não é o dinheiro, estúpido!

SOU, COM FREQUÊNCIA, chamado a fazer palestras para turmas de formandos. Orgulha-me poder orientar jovens em seus primeiros passos profissionais.
Há uma palestra que alguns podem conhecer já pela web, mas queria compartilhar seus fundamentos com os leitores da coluna.
Sempre digo que a atitude quente é muito mais importante do que o conhecimento frio.
Acumular conhecimento é nobre e necessário, mas sem atitude, sem personalidade, você, no fundo, não será muito diferente daquele personagem de Charles Chaplin apertando parafusos numa planta industrial do século passado.
É preciso, antes de tudo, se envolver com o trabalho, amar o seu ofício com todo o coração.
Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência.
Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um grande canalha. Napoleão não conquistou a Europa por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.
E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. Tudo o que fica pronto na vida foi antes construído na alma.
A propósito, lembro-me de um diálogo extraordinário entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar dos leprosos, diz: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo". E ela responde: "Eu também não, meu filho".
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar têm trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.
Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si.
Era muito difícil viver numa nação onde a maioria morria de fome e a minoria morria de medo. Hoje o país oferece oportunidades a todos.
A estabilidade econômica e a democracia mostraram o óbvio: que ricos e pobres vão enriquecer juntos no Brasil. A inclusão é nosso único caminho. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laodiceia.
É preferível o erro à omissão; o fracasso ao tédio; o escândalo ao vazio. Porque já li livros e vi filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso (ou narra e fica muito chato!).
Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tenho consciência de que cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não dê férias para os seus pés.
Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!".
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, apenas se fizesse alguma coisa.
Chega dos poetas não publicados, de empresários de mesa de bar, de pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e todo domingo, mas que na segunda-feira não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.
Só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso".
Seja sempre você mesmo, mas não seja sempre o mesmo.
Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era baiano, virei também carioca, paulista, nova-iorquino, global.
Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo?
[NIZAN GUANAES]

3.4.11

Atrair, construir uma relação e capturar

Não basta fazer promoções ou ter uma bela fachada para atrair clientes. É preciso que o cliente reconheça sua marca e crie fidelização com ela
Um ponto de venda, que trabalha a comunicação visual e investe em observar as necessidades do consumidor, sabe expor um produto e consegue aumentar exponencialmente suas vendas. A decisão de compra do cliente é influenciada pela aparência da loja, pela qualidade do ambiente e também pelas facilidades oferecidas.
Para conseguir este resultado e impulsionar as vendas, vale segmentar a relação com o consumidor em três momentos distintos para saber trabalhar a imagem externa e interna do Ponto de Venda (PDV).

O primeiro passo é a “atração”. É preciso atrair o cliente: de nada adianta o esforço em construir um ambiente de qualidade se nossa fachada e vitrine não são suficientemente atrativas para que ele entre na loja.
E isto vai além dos anúncios de promoção, descontos e ofertas. Tem a ver com o reconhecimento de marca, com o design da fachada e com a forma de expor os produtos, e por fim, com a arquitetura da loja.

Tudo isso em conjunto comunica um espírito, uma essência, que deve traduzir fielmente o nosso DNA. Tudo preto ou tudo branco? Cores na arquitetura ou neutralidade para ressaltar as cores dos produtos? Moderno ou artesanal? São questões que devem ser equacionadas com cuidado. Considerando nossos valores, o modo como somos percebidos, e a vizinhança. Destacar-se dela é sempre importante.

Depois de atraído, é necessário “construir um relacionamento” com o cliente. Agora, a ambientação é o ponto principal deste segundo estágio. Neste momento, a “limpeza” e clareza da loja podem ser essenciais. Imagine uma drogaria, que tem como principal produto os remédios.
Se o cliente não sente confiança naquela loja, atributo que se comunica através de organização, boa iluminação, conforto ambiental etc, na certa, ele não comprará e não se fidelizará àquele ponto de venda. Ou seja, a imagem reflete credibilidade e todo o ambiente deve estar alinhado a este contexto.

A sinalização tem papel primordial neste segundo momento. A poluição visual deve ser evitada. Excesso de estímulos torna a comunicação ineficaz. É comum observar lojas de varejo onde todos os produtos são anunciados como “ofertas”. Ora, o conceito de oferta – condição especial e temporária - conflita com a generalização: não dá para a loja toda estar em oferta, perde a credibilidade.   

Há casos sintomáticos onde o produto é desejado, porém, os clientes precisam de informação, saber como funciona. A comunicação de conteúdos técnicos deve ser cuidadosamente planejada ao longo do trajeto que o cliente faz dentro da loja.
Este trajeto deve ser previsto, e a informação distribuída adequadamente, para que o cliente não dependa do vendedor para entender o produto. Vivi uma experiência com a telefonia celular, quando ainda não se sabia a diferença entre um pós-pago e um pré-pago.
Antes do projeto, o atendimento levava cerca de 40 minutos e liquidava a paciência do cliente e da operadora. Depois de implantado o projeto, a operação de venda era concluída em oito minutos, pois quando o vendedor era acionado, o cliente já sabia o que desejava. Isto é “construir a relação”.

Por último, após as duas etapas conquistadas, chega o momento de “capturar” o cliente. Neste terceiro momento, o ponto de venda deve oferecer todas as facilidades. Rapidez, sem burocracia, aceitar todas as formas de pagamento, atender com qualidade e presteza. Não adianta fazer uma mega promoção se, na hora de pagar, o atendente diz “não aceitamos cartão de crédito”.

O ponto de venda tem que ser prático e atraente aos consumidores, o que torna mais rentável. Portanto, descomplique para o comprador que, com certeza, quem ganhará é você.

Carlos Dranger (Diretor associado da Cauduro Associados)
Fonte: Mundo do Marketing (www.mundodomarketing.com.br)

Social Commerce, a onda do momento

Aproveitar a febre das redes sociais para vender. Esta é a proposta do Social Commerce, conceito ainda recente no Brasil e no mundo. Em tese, a prática une as lojas virtuais às ferramentas de mídia social, mas pode ir além. A ideia é usar a tecnologia para incentivar e facilitar uma prática muito comum entre os consumidores: a troca de informações sobre produtos, marcas e serviços entre amigos.
Com o Social Commerce, as empresas têm a chance de ampliar o relacionamento com os clientes e agregar credibilidade ao que oferecem. No Brasil, surgem alguns cases de marcas que aproveitam o conceito, mesmo que não apliquem a ideia na íntegra. É o caso de redes sociais como byMK e Frugar e de marcas como HP e Drogaria Onofre.

“A tecnologia veio para ajudar a fazer o que já se fazia muito bem no passado, mas atingindo um número maior de pessoas ao mesmo tempo. Social Commerce é isso: consumidores unidos trocando informações para comprar. Uma coisa é ouvir que o notebook da HP é legal do seu amigo, outra é ouvir da própria HP, por exemplo”, explica Pedro Eugênio, Sócio-Fundador do Busca Descontos, em entrevista ao Mundo do Marketing.

De olho nos esmaltes
Aproveitando a tendência, a Drogaria Onofre resolveu unir elementos de interação típicos de redes sociais ao seu e-commerce. A empresa lançou uma loja virtual de esmaltes, em que as consumidoras podem deixar dicas relacionadas ao assunto. Na página é possível ainda ver todos os comentários postados no Twitter da Onofre sobre o tema.

A ideia da loja exclusiva para esmaltes aproveitou o boom dos produtos na internet, que viraram mania em blogs e sites de beleza. “A Onofre tem uma gama grande de produtos. É difícil localizá-los no site. Então pensamos em trabalhar nichos. O esmalte é o primeiro deles. Quisemos não só criar a página, como também ter interação, porque as pessoas têm dicas para contar e gostam de participar”, diz Lismeri Ávila, Diretora de Operações da Drogaria Onofre, em entrevista ao portal.

O resultado foi positivo. Na primeira semana, a empresa observou uma manifestação a cada quatro minutos, com 30 dicas recebidas nos dois primeiros dias. Destacar os esmaltes em uma sessão exclusiva também aumentou as vendas. Algumas marcas que não eram tão conhecidas dos clientes Onofre, como Mavala e Bourjois, viram seu lucro triplicar.

Vídeos e venda
A HP também resolveu investir em mídia social para se aproximar dos consumidores. Inspirada em casos como o da marca europeia de moda French Connection, a companhia lançou uma loja virtual no Youtube. Na página, além de comentar sobre os seus produtos e ler o que os consumidores têm a dizer, os internautas encontram vídeos explicativos. Caso se interessem por algum produto específico, é só clicar e ser redirecionado para o e-commerce.

“A HP busca formas de proporcionar experiências no ponto de venda físico, convidando o cliente a ir à loja. Na internet é um desafio, por isso a ideia do Youtube. O consumidor brasileiro tem o hábito de acessar vídeos para entender melhor os produtos. Então resolvemos fazer uma conexão entre vídeos e venda, com nossa loja online”, conta ao portal Renata Gaspar, Diretora de Marketing da HP no Brasil.

O projeto foi desenvolvido exclusivamente para o mercado nacional, mas já desperta o interesse do time mundial de Marketing da HP. Duas semanas após o lançamento, a HP YouStore já figura entre os cinco brandchannel mais acessados no Youtube, contabilizando cerca de 123 mil exibições e 476 internautas inscritos.

Confiança na hora de consumir
Por ser um conceito novo, entretanto, o Social Commerce pode ser aplicado de várias formas, basta que o consumidor esteja no centro da estratégia das empresas e as informações obtidas a partir dele ajudem na venda.

A Amazon pode ser considerada uma das primeiras companhias a unirem comércio eletrônico e interação social. O site ficou conhecido por dar espaço aos internautas para indicarem e comentarem sobre produtos por meio de comentários.

“O Social Commerce permite maneiras novas para que o cliente sinta-se mais seguro ao comprar. A aprovação de pessoas em quem confia vale muito mais do que a da própria marca. Isso aumenta a probabilidade de efetuar a compra”, acredita Natan Sztamfater, Sócio-Diretor da agência CookieWeb, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Redes sociais como o byMK também utilizam o conceito, mesmo não realizando vendas. No site, os usuários cadastrados podem trocar informações sobre marcas de moda e seus produtos. A interação gerada a partir da rede acaba por influenciar a decisão de compra dos consumidores.

Caminho de decisão para a compra
Aproveitando a oportunidade de mercado, o Frugar nasceu para dar espaço aos internautas que desejam discutir sobre produtos e serviços. “Vimos que na internet não havia um lugar onde as pessoas pudessem fazer essa troca de forma mais direta. Nas redes sociais como Orkut e Facebook, as informações se perdem, já que o conteúdo não é específico”, ressalta Rodrigo Waissman, Diretor de Marketing do Frugar.

No site lançado em novembro de 2010, os usuários encontram resenhas feitas pelos próprios internautas, o que acaba dando uma percepção de confiança aos consumidores. Mesmo que a opinião seja de um desconhecido, ela acaba sendo levada em conta porque o cliente se identifica com o contexto do outro, que entende a sua necessidade.

Apesar de não ser um canal de venda direto, o Frugar disponibiliza ainda uma busca por produtos que apresenta os preços para que o cliente decida em que varejista online deseja comprar. “Nossa preocupação é oferecer ao nosso usuário todo o caminho da decisão de compra. Desde a consulta a amigos, passando pela concretização e, depois, podendo falar se ficou satisfeito ou não”, relata Waissman.

Os exemplos mostram que o Social Commerce tende a ser um caminho sem volta. Basta que as marcas saibam unir ferramentas de mídia social à venda. “Há 10 anos, quem mandava era a indústria. Depois foi a vez do varejista. Agora, o poder está na mão do consumidor. Se ele fala que não gosta, a repercussão é muito fácil de ser ouvida. As oportunidades de negócio estão para as empresas que conseguirem capturar essas informações e mostrá-las de um jeito fácil e interessante”, diz o Sócio-Fundador do Busca Descontos.

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing - sylvia@mundodomarketing.com.br / www.mundodomarketing.com.br

18.3.11

Marca: Como construir e qual o momento correto de mudar?

Artigo de Hélio Moreira (Diretor da NewGrowing Design & Branding) publicado pela HSM Manager. Leia!

15.3.11

Reativando

A partir de hoje, volto a publicar neste espaço.

2.3.07

Enfim, alguém que tem a coragem de assumir

Sérgio Cabral Filho, Governado do Rio de Janeiro, assumiu publicamente a necessidade de legalização do uso controlado de drogas no país. Sérgio tem o apoio pessoal do Presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, e ambos prometem atuar no sentido de colocar na pauta do Congresso a discussão sobre o assunto.

Sempre fui favorável a essa medida - obviamente que associada a outras - como única capaz de conter o tráfico de drogas.

Agora, vamos acompanhar de perto de que modo nossos deputados e senadores irão conduzir a questão.

Você tem fome de que?



"É, doutor, a coisa não tá fácil pra ninguém."
Leio no Província da Bahia que os motéis populares de Salvador resolveram "partir para a ignorância" - como se diz por aqui - e adotar uma estratégia agressiva de promoções para atrair fregueses. Localizados nas imediações dos terminais de ônibus e da Estação Rodoviária, disfarçados de hotéis e pousadas, e com preços que variam de 5 a 15 reais por duas horas de utilização, eles atingem um segmento de público que só não faz no mato porque mato não tem.
A promoção mais criativa partiu, exatamente, de um dos motéis mais baratos: quem se hospedar por lá 5 vezes, ganha uma cesta básica inteiramente grátis. Na entrada, bem à vista do freguês, existe uma cesta de vime com sacos de feijão, arroz, açúcar, farinha etc. Mas o porteiro vai logo avisando que a cesta não faz parte do prêmio. Para transportar o rango, o cliente deve levar sacolas ou caixas de papelão.
É mole? Como diz o Zé Simão, é mole, mas sobe.

27.2.07

Veja: como essa revistinha pisa na bola

Este texto é uma reprodução.

...
Foi divulgada na revista Veja desta semana (Edição 1995 de 14/02/07 - pág 96), uma matéria sobre produtos orgânicos escrita pela reporter/jornalista Mônica Weinberg, sob o título: "Orgânicos - A palavra dos chefs".

Com o intuito de testar o paladar de alguns chefs para comprovar as vantagens de se pagar mais caro pelos produtos orgânicos, a jornalista prestou um grande deserviço a sociedade, apresentando uma matéria confusa e equivocada, mostrando grande desconhecimento sobre o assunto.

A matéria começa com uma colocação infeliz: "A principal motivação para pagar o dobro do preço por frutas e legumes orgânicos não tem respaldo científico: Na percepção leiga, este tipo de alimento seria mais saudável por ter dispensado agrotóxicos ou fertilizantes químicos enquanto era cultivado. As pesquisas já concluíram não haver nenhuma evidência disso...." No segundo parágrafo: "Em alguns casos a vantagem dos orgânicos em relação aos alimentos cultivados à moda antiga é o sabor..." E por aí vai.

Percepção leiga? Alimento saudável por ter dispensado agrotóxicos? Vantagem dos orgânicos em relação aos alimentos cultivados à moda antiga? O cultivo orgânico é uma ciência que estabelece, entre outras orientações, a utilização racional do solo, a não contaminação dos lençóis freáticos e a não exposição dos trabalhadores com os agrotóxicos. Estabelece ainda a prática do comércio justo, ou seja, o "preço" deste tipo de alimento, embora a tendência seja baixar de acordo com o aumento da produtividade, nunca será igual ao do cultivado de forma convencional, pois existe um custo para esta preservação, inclusive social, onde o trabalho do produtor é valorizado,
para que dentro desta "justa comercialização", ele tenha condição de viver com dignidade.

Todas essas técnicas são acompanhadas pelas certificadoras que monitoram e orientam os produtores em relação à aplicação correta dessas práticas, para garantir aos consumidores que o produto que eles estão consumindo foi realmente cultivado dentro dos preceitos orgânicos.
Um produto naturalmente cultivado é a resposta científica de um sistema produtivo saudável, limpo e em harmonia com a natureza.

Não podemos admitir em um momento como este, onde todas as nossas ações estão sendo repensadas, principalmente por termos comprometido de forma irreversível as condições de vida no planeta, que matérias deste tipo sejam divulgadas sem que possamos expressar nossa indignação. Está mais que comprovado, em estudos e pesquisas científicas, que o cultivo
orgânico vem em contraproposta a tudo que está ocorrendo hoje no planeta. Ou seja, o cultivo orgânico se apresenta como proposta para reverter o quadro de desequilíbrio ambiental, pois resgata o equilíbrio da natureza através do uso racional do solo e da água.

Só para esclarecer os desavisados, o cultivo orgânico tem como premissa a produção em harmonia com a natureza, ou seja, a natureza é vista e tratada como um organismo vivo. O sabor, o preço ou o embasamento científico em relação ao seu valor nutricional, não se limita apenas à saúde do individuo, mas sim à saúde de todo um sistema que se beneficia em cadeia com este tipo de produção.

Desta forma, convidamos a redatora desta matéria, bem como a todos os interessados, para um mergulho neste fascinante universo da produção orgânica de alimentos, para que através da informação e do conhecimento possam ter posições mais claras e responsáveis de como podemos interferir positivamente em nosso futuro, a partir de simples mudanças em nossos hábitos de consumo, baseado em fatos que podem sim ser validados cientificamente e não apenas em efêmeros slogans publicitários.

Esta publicação, conta com o apoio de: (lista de 66 entidades, cientistas e profissionais).

Fonte: Equipe Portal Orgânico / Maria Regina Chiarinelli

25.2.07

Praca cronada



Na mesma linha, acabo de ouvir na fila do mercadinho:
"Ali não tem tempo ruim. O carro dele é rateado por satélite".

Ou seja, além de roubar carro, o pessoal assassina o português com requintes de crueldade.

24.2.07

Globo lobo

O Governador da Bahia, Jaques Wagner, está p*t* da vida com a "cobertura" da Globo durante o carnaval de Salvador. Em seus telejornais, a Globo praticamente limitou-se a registrar os casos de violência. Os desfiles, os blocos, os trios e a alegria ficaram de fora.

O curioso é que as estatísticas da violência durante o carnaval na Bahia mantiveram-se praticamente estáveis em relação ao ano passado, com um aumento no número de roubos, mas redução no número de mortes.

Habebus Sanctus


Valei-me, meu São Galvão.
A gente não agüenta mais isso não.

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Pós post:
Finalmente vamos ter um santo brasileiro. O papa vai canonizar o frei Galvão dia 11 de maio, em missa campal no Campo de Marte [SP]. Chico Bento 16 podia aproveitar e canonizar todo o povo brasileiro. Pela sacrossanta paciência e pelos milagres que faz para sobreviver com um salário mínimo de merda. (Sérgio Faria, no Catarro Verde)

21.2.07

Carnaval #2


O carnaval da Bahia está, ainda, por merecer um estudo sério e profundo sobre suas implicações econômicas e sociais. O que era manifestação cultural expontânea transformou-se numa grande indústria, geradora de empregos (formais e informais), renda e impostos.

Se há nisso um componente destruidor, muito bem colocado pela Cláudia em seu blog, há também um conjunto de aspectos positivos que não devem ser desprezados. O processo de profissionalização dos blocos e trios elétricos foi uma resposta à exploração do carnaval de rua de Salvador, por parte da mídia hegemônica, como grande espetáculo gerador de grandes receitas publicitárias. Essa profissionalização fez com que os blocos e trios deixassem de ser coadjuvantes e se assumissem como atores principais do espetáculo. Os blocos e trios de hoje representam a evolução, através de fusões, incorporações e aquisições de outros tantos que existiam nas décadas de 1970 e 1980. Os blocos que resistiram ao processo foram engolidos ou desapareceram.

Os blocos são geridos com grande competência. Prova disso é o uso do conceito crescimento baseado em "novos usos" e "desenvolvimento de novos mercados", que se traduz em diversos outros eventos carnavalescos realizados ao longo ano, e a exportação do nosso carnaval de rua para outros estados e países. O que era sazonal e dava dinheiro apenas em fevereiro, agora gera receita (e muita) o ano inteiro. O patrocínio desses blocos é disputado pelos grandes fabricantes de bebida - ou seja, cerveja - e alguns, a exemplo do Camaleão, têm suas marcas associadas a diversos produtos, através de contratos de franquia (no ano passado, por exemplo, a Ford lançou o Eco Sport Camaleão). Traduzindo: trata-se de um negócio que é tocado dentro de princípios estritamente capitalistas.

Acontece que todo sistema traz em si mesmo sua própria contradição e, no caso do carnaval de rua de Salvador, o "povão" terminou ficando do lado de fora da corda do bloco. Como se não bastasse, durante os dias da festa, bens públicos como ruas, calçadas e praças, são privatizados e se transformam em camarotes onde a elite assiste a tudo sem precisar se misturar com o povo e, pelo menos teoricamente, sente-se protegida contra os atos de violência.

Considerado o maior evento de rua do mundo, o carnaval de Salvador está diante de um problema. Os foliões endinheirados e os turistas formam um contingente que cresce a cada ano e demanda cada vez mais espaço. Onde, então, colocar o povão?

Foto: Estadão

Carnaval

Recomendo a leitura deste excelente post no blog da Cláudia.

18.2.07

Barraca Odoyá-Iemanjá


Paulo Francis disse certa vez que "Intelectual não vai à praia. Intelectual bebe." Eis, então, um lugar perfeito para por em prática a célebre frase, com a vantagem de ter a praia a seus pés. A barraca Odoyá foi uma das primeiras a se instalar em Vilas do Atlântico, sob os cuidados do meu falecido amigo Guimarães. O velho Guima era uma figura simpatissíssima, elegante no trato com os clientes, amante da boa música e dono de um impensável espírito empreendedor. Estabeleceu um padrão de qualidade e responsabilidade socio-ambiental que foi seguido pelas barracas que se instalaram posteriormente.

A Odoyá, atualmente, é comandada pela viúva do Guimarães, empenhada em preservar aquilo que ele implantou. O lugar é limpo, tem uma excelente infraestrutura, a comida é deliciosa, a cerveja é gelada e o atendimento é rápido. Quer mais o que? Gente bonita? Tem de sobra.

Enfim, um lugar perfeito para intelectuais que só querem beber, conversar e ouvir música. Mas, se você preferir, pode deixar o intelecto em casa e se esbaldar nas areias e nas piscinas naturais que se formam bem em frente quando a maré está baixa. Eu recomendo.



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Pós-post:

Vilas do Atlântico é um condomínio residencial, localizado no Km 5 da Estrada do Coco, em Lauro de Freitas, município que faz divisa com Salvador.